domingo, 11 de julho de 2010

A LIBERTAÇÃO DE UMA PITONISA ( At 16:16-18) !!!


No lugar onde os judeus regularmente se reúnem para oração (v.13), Paulo e seus companheiros confrontam uma escrava. Esta jovem tinha sido vendida em escravidão e é descrita por Lucas como tendo um "espírito de advinhação" .Literalmente, o original grego indica que ela tem "um espírito de píton" (pneuma pythona). A palavra "píton" era usada originalmente na mitologia grega para se referir à serpente que guardava o lugar sagrado em Delfos onde eram dadas profecias divinas. O píton havia sido morto por Apolo, o deus da profecia. Depois, a palavra era usada para designar a pessoa que tinha poder para predizer o futuro, a qual se pensava que era inspirada pela serpente chamada píton (cf. I Sm 28:7, LXX).

Lucsas reconhece que a escrava tem um espírito que a capacita a ler a sorte e predizer o futuro. Não há dúvida de que este caso é um exemplo de possessão demoníaca. Pelo fato dela poder "profetizar" , ela está em grande demanda e provê renda lucrativa para seus senhores. A escrava se comporta como os endemoniados na presença do Senhor (Mc 1:24; Lc 4:41; Lc 8:28). Inspirada pelo espírito malígno, todos os dias ela segue Paulo e os outros missionários enquanto eles ministram. Ela reconhece quem são os missionários e repetidamente proclama: "Estes homens, que nos anunciam o Caminho da Salvação, são servos do Deus Altíssimo" (v.17).

O poder profético e o "insight" da escrava procedem do espírito malígno que a inspira a falar oráculos. Este espírito do mal anuncia a verdade às pessoas, pois os missionários são servos obedientes de Deus que proclamam o modo de Salvação (v.31). O título "Deus Altíssimo" também foi usado por um gentio (Lc 8:28) e pelo endemoniado gadareno (Mc 5:7). A frase era frequentemente usada por judeus e gentios para aludir ao Deus de Israel. Os gentios tomaram emprestado dos judeus para se referir ao Deus de Israel, que é mais alto e mais importante que todos os outros deuses.

A proclamação da escrava se repete por vários dias. Nenhuma explicação é dada sobre por que Paulo espera muitos dias antes de lidar com ela. Pode ser que a princípio, ele a tenha considerado inofensiva, ou é possível que o Espírito Santo não o tenha direcionado a expulsar o espírito malígno. Quando ela persiste em seguir os missionários, Paulo fica profundamente perturbado. Cheio do Espírito Santo ele expulsa o espírito de píton "em Nome de Jesus Cristo" (v.18).Como no caso de outras curas (At 3:6,12,16; At 4:10), a escrava é milagrosamente livre pelo poder de Jesus Cristo. O Salvador Ressurreto continua trabalhando como o fizera durante Seu ministério terreno (Lc 4:35,41; Lc 8:29), e expulsa o espírito malígno.

O exercício de Paulo do dom espiritual de discernimento e o exorcismo acabam com a exploração da jovem que dava lucro a seus senhores. O que é feito com ela, não nos é informado; mas em gratidão por tão grande libertação ela deve ter ficado sob a influência de Paulo e mulheres como Lídia (vv.13-15). O interesse de Lucas é mostrar que o Senhor continua trabalhando por Paulo como trabalhou pelos outros apóstolos em anos anteriores (At 3:6; At 4:10). Lucas também usa o relato para chamar a atenção às repercussões que o milagre terá sobre Paulo e seus companheiros.

EM TEMPO:

Nossas Igrejas, hoje, estão cheias de advinhos; será que estamos com cegueira espiritual, ou será que tratamos deste assunto com indiferença? Muitos promovem pessoas com esses espíritos malígnos,e, até os chamam de "bênção pura" . Precisamos estar dispostos como Paulo, para libertar os cativos e para proclamar a Verdade que Liberta.


Shalom !!!