Desde que Israel declarou sua independência em 1948, tem sido difundido um perigoso mito sobre o Oriente Médio, que enfraquece quaisquer esperanças de paz. Os inimigos de Israel afirmam que o Estado Judeu foi criado às custas dos árabes da Palestina, a fim de aliviar a consciência do mundo com respeito à tragédia do Holocausto nazista.
Ahmadinejad crê que, se uma pessoa negar o Holocausto, poderá negar a Israel seu direito legítimo de existir.Na foto: Lula com o presidente do Irã.
Hoje, o principal porta-voz desse mito não é outro senão Mahmoud Ahmadinejad, o presidente do Irã. Ahmadinejad acrescenta uma perversa deturpação a isso tudo: ele afirma que o Holocausto nunca aconteceu. Através de sua lógica perversa, Ahmadinejad crê que, se uma pessoa negar o Holocausto, poderá negar a Israel seu direito legítimo de existir e estará trabalhando para a destruição de Israel. É esse mito – o de que o nascimento de Israel provocou uma injustiça – que continua a abastecer as fogueiras do conflito entre árabes e israelenses. Para alcançarmos a paz, precisamos recontar a história do sionismo com a finalidade de reafirmar o legítimo direito que Israel tem de existir.
Depois da II Guerra Mundial, os britânicos haviam se cansado do papel de governantes da Palestina. Em 1947, eles decidiram entregar a questão da Palestina à Organização das Nações Unidas (ONU), que havia sido formada há pouco tempo. O comitê criado pelas Nações Unidas para investigar a questão foi denominado UNSCOP, Comitê Especial das Nações Unidas Sobre a Palestina, no qual havia representantes de 11 países.
Embora não haja nenhuma dúvida de que a tragédia do Holocausto tenha tido influência sobre os membros do UNSCOP, o que eles viram durante sua visita à Palestina em 1947 teve um efeito muito mais profundo sobre a decisão final a que chegaram, recomendando a divisão da terra: uma comunidade judaica bem organizada que já havia criado as instituições necessárias para um Estado independente. Como escreveu o Professor Kenneth Stein da Universidade de Emory: “...as Nações Unidas decidiram dividir a Palestina em um Estado árabe e um Estado judeu por causa das realidades daquele território, não por causa de sentimentos de culpa coletivos”. Quais eram essas realidades, e como elas foram criadas?
Durante os 50 anos de intensa atividade sionista que antecederam 1947, a comunidade judaica da Palestina criou escolas de língua hebraica, jornais em hebraico, teatro falado em hebraico, agricultura, indústria e sistema de saúde hebraicos, além da Universidade Hebraica em Jerusalém. Todas essas realizações não foram concluídas da noite para o dia.
O difícil processo de construção da nação começou com a criação da Organização Sionista em 1897, por Theodor Herzl. Seu objetivo era criar um Estado judaico na Palestina, a antiga terra natal do povo judeu. As terras que foram compradas legalmente dos proprietários árabes pelo Fundo Nacional Judeu – uma criação da Organização Sionista – possibilitaram a construção de fazendas e cidades judaicas. De fato, foi neste ano que celebramos o centésimo aniversário da fundação da cidade de Tel Aviv. Outras cidades judaicas, como Rishon L’Zion, fundada em 1822, são anteriores ao movimento sionista.
Os inimigos de Israel precisam ser relembrados de que, antes do início da II Guerra Mundial, e do Holocausto nazista, a população judaica da Palestina já era composta por 450 mil pessoas.
Em 1947, quando os membros do UNSCOP tomaram a decisão de recomendar a divisão da Palestina em dois Estados, um judeu e outro árabe, eles estavam simplesmente validando uma realidade que já existia.
Em novembro de 1947, a Assembléia Geral da ONU votou a favor da divisão da Palestina. Logo depois do voto histórico, ninguém menos que o jornal Times de Londres publicou um editorial extraordinário em 1º de dezembro, que dava apoio à decisão da ONU, com esse curto, porém poderoso, argumento: “Fica difícil imaginar como o mundo árabe, e muito menos os árabes da Palestina, sofrerá por causa do mero reconhecimento de um fato que já estava consumado – a presença na Palestina de uma comunidade judaica compacta, bem organizada e virtualmente autônoma”.
Não há dúvida de que, quando as Nações Unidas votaram pela divisão em 1947, elas o fizeram com pleno conhecimento de que o povo judeu havia obtido o direito de ter um Estado por meio do trabalho árduo e do suor dos pioneiros judeus. O reconhecimento dessa verdade fundamental abriria as portas à paz...
Quando o presidente do Irã não atacar mais a legitimidade de Israel, e quando o governo do Irã não se empenhar mais por armas nucleares e deixar de sustentar o Hamas e o Hezb’allah (Partido de Alá), que buscam destruir Israel, então poderá haver paz.
Fonte: www.beth-shalom.com.br