segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

JESUS PURIFICA O TEMPLO !!!


O comércio em Jerusalém era abusivo e fraudulento, razão pela qual foi severamente condenado por JESUS. Esta forma infame de comércio, infelizmente, é constatada em alguns ministérios e igrejas na atualidade.
Azorrague pode ser sinônimo de açoite, espécie de chicote, ou látego, usado para a aplicação de flagelo em condenados. Na Roma antiga ele era também um instrumento de tortura comum, usado pelos soldados, para supliciar os condenados. Ele era composto por oito tiras de couro que, em cada ponta, possuía um instrumento pérfuro-cortante, ou um pedaço de osso de carneiro. Tinha seu uso aplicado como pena subsidiária, em alguns casos, onde o condenado à morte deveria ser antes objeto do castigo público.
Este instrumento aparece nas mãos de JESUS conforme conta o Evangelho de João onde JESUS trança um azorrague para com ele expulsar os cambistas do Templo. É interessante o que diz o texto bíblico: "Então Ele fez um chicote de cordas e expulsou todos do Templo" (Jo 2.15).
O texto chama atenção para o fato de que o próprio JESUS fez para Si um azorrague. Percebe-se que JESUS primeiro toma consciência do que estava ocorrendo no Templo, e então Ele dedicou um tempo trançando um açoite antes de expulsar aqueles homens que inflacionavam a Fé. Não se sabe exatamente o que passava pela mente de JESUS naquele momento, mas creio que enquanto Ele trançava Seu azorrague, provavelmente Ele meditava em tudo aquilo que Seus olhos viram acontecendo no Templo, e interiormente Se indignava com aquela situação.
Particularmente creio que foi assim com JESUS, pois atualmente também constatamos comportamentos absurdos entre o povo de DEUS, e por isso vou entrelaçando essas palavras e frases tal como as tiras de um azorrague, enquanto medito na realidade que meus olhos vêem e interiormente também me revolto contra o atual comércio da fé.
O motivo pelo qual JESUS expulsou tais comerciantes do Templo, foi porque eles inflacionavam a fé, uma vez que se aproveitando da necessidade que os judeus tinham de oferecer sacrifícios, eles formavam um sistema de monopólio e colocavam altos valores nos produtos, causando assim opressão, empobrecimento de muitos, e exclusão, pois desta forma os pobres não poderiam ofertar a DEUS.
Com isso também se observa que milênios antes da implantação da sociedade capitalista no mundo ocidental, este espírito ganancioso, o qual visa o lucro pela exploração do homem, este espírito capitalista sempre esteve presente no mundo.
Entretanto sabe-se que pela Lei de Moisés era permitido aos judeus comprar e vender na área do Templo, porque nem sempre o animal para o sacrifício chegaria em boas condições para ser oferecido no altar (Dt 14.24-26).
Por isso o que foi confrontado por JESUS, não foi o comércio em si, mas os cambistas ou mercadores que inflacionavam o preço dos produtos a serviço da fé. Por exemplo, se um estrangeiro ou judeu, no norte do país, vendia localmente suas ovelhas e o cereal, pois o caminho era demasiadamente longo, e esperava comprar os mesmos produtos para ofertá-los pelo mesmo preço em Jerusalém, nota-se que perante o mercado do Templo de Jerusalém ele não podia oferecer o que a DEUS pertencia, pois os cambistas aumentavam demasiadamente o preço dos produtos; E o resultado imediato disso era a exclusão, pois se esta pessoa não tivesse condições de arcar com a diferença, ela então ficaria de fora e não poderia adorar a DEUS como era costume naquela época. E JESUS percebendo este comércio injusto, se indignou, pois os que estavam ali negociando haviam perdido o respeito à fé, e queriam apenas enriquecer.
É fato que muitos cristãos atualmente usam esse texto para impedir que quaisquer produtos sejam vendidos em suas igrejas locais, mas não é disso que trata o texto. Hoje a situação dos vendilhões ou cambistas da fé é mais grave, pois hoje eles vendem ministérios e serviços espirituais.
Em 1517, assim como vários precursores chamados pré-reformadores, sabe-se que Martinho Lutero na Alemanha se revoltou contra a Igreja do ocidente, pois além da venda de falsas relíquias espirituais, estavam vendendo também o perdão e a salvação eterna. E o resultado de sua revolta, a história demonstra que foi o nascimento da chamada Igreja Protestante, da qual hoje faço parte.
Já faz alguns anos que foi publicado na revista Eclésia, que uma pregadora chegou a manter dois escritórios, um no RJ e outro em SP, para agendar seus compromissos, e a cifra dos produtos que vendia era enorme. E também outro pregador famoso que teria afirmado que nem completara trinta anos de idade e estava rico, para o resto da vida. Sua agenda estava lotada e ele havia montado uma equipe de assessores e uma mídia cristã para promovê-lo.
Até mesmo a chamada “cobertura espiritual” tornou-se um produto vendável neste mercado da Fé.
Muitos sabem que existem tais problemas na Igreja, mas quase ninguém assume que estes problemas, muitas vezes estão presentes na própria igreja local.
Também freqüentemente observamos alguns ministérios evangélicos se gabando de sua agenda cheia, como se ela fosse sinal da aprovação divina. Porém vemos aí também um grande engano, pois a agenda ministerial cheia que ostentam como crescimento, sucesso e bons frutos, agora sabem que estes são frutos de cera, e que não são sinceros (sem-cera), porque são frutos artificialmente fabricados por assessores-agenciador-intermediários, com o objetivo de promover a venda de dons e serviços espirituais e geração de riquezas.
Observe que o problema abordado aqui, também não é o comércio em si, mas a prática comercial injusta, a qual existe para exploração do povo e de pequenas denominações independentes, os quais possuem pouca chance de oferecer resistência, e acabam se vendo muitas vezes, obrigados a ceder perante este sistema excludente.
O leitor pode discordar da opinião deste artigo, contudo este comércio é injusto, opressor, excludente e desumanizador, pois pessoas comuns desprovidas de capital, tal como grande parte dos brasileiros (eu me incluo neste grupo), elas dificilmente encontrarão espaço para exercerem o ministério que DEUS lhes deu.
Possivelmente você que está lendo este artigo agora, conhece bem esta situação, pois você sabe que foi chamada por DEUS, mas não sabe por que não encontra espaço para exercê-lo na Igreja. Você pensa que as coisas são assim porque esta é a vontade de DEUS, e que numa hora certa, tal como num passe de mágica, tudo se resolverá, entretanto quero que saiba que este sistema jamais foi da vontade de DEUS, e a prova disso é a indignação pessoal de JESUS frente a ele em seu tempo.
É necessário preparar o azorrague, a fim de acabar com esta rede mafiosa, que estabeleceram na igreja, que somente permite passagem de quem tem condições de pagar-lhes o pedágio. Portanto cabe neste sentido ao leitor, o qual se identifica com essa mensagem, que se dedique a um trabalho de conscientização de pastores e líderes da Igreja em geral, a fim de que eles evitem convidar ministérios que recorrem ao sistema de agenciamento e venda de serviços espirituais, e passem então a oferecer oportunidades legítimas e justas àqueles que possuam o verdadeiro chamado de DEUS, para que estas pessoas possam oferecer a DEUS o que Ele merece.
Abaixo os vendilhões nos Templos !!!