Dentro deste grupo pioneiro que foi implantador da igreja em Jerusalém, Estevão teve um ministério de curta duração mas de profundo impacto, pois ele desencadeou uma grande perseguição contra a igreja em Jerusalém que, na medida que se dispersava para outras regiões, foi proclamando o amor do Cristo ressurreto. Por isso, não é de se admirar que Lucas tenha dedicado tanto espaço em seu relato histórico a este homem que, verdadeiramente, era um “HOMEM CHEIO”... (v.8).
I – CHEIO DE GRAÇA (6:8).
Graça salvadora e aperfeiçoadora (Tt 2:11-12 “ a graça de Deus de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente...”)
II – CHEIO DE PODER (6:8)
Não só admitia que Deus é poderoso, mas que Seu poder seria operado através dele (Ef 3:20-21). O poder apostólico se estendera ao servidor das mesas das viúvas.....
III – CHEIO DE SABEDORIA (6:9-10a)
As sinagogas eram espaços públicos de discussão nos quais se permitia ler e comentar as Escrituras (Lc 4:16-22). Ao aproveitar esta oportunidade cumpriu-se em Estevão a promessa feita por Jesus em Lc 21:12-15 (“...assentai em vosso coração de não vos preocupardes com o que haveis de responder, porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem”).
IV – CHEIO DO ESPÍRITO (6:10b; 6:5)
O testemunho de Estevão não foi resultado de sua inteligência, cultura ou facilidade de comunicação, mas da capacitação dada pelo Espírito, conforme promessa de At 1:8. Lucas diz que esta plenitude do Espírito era tão grande que ele “falava pelo Espírito”.
V – CHEIO DE DEUS (6:11-7:1-44)
Como seus interlocutores não o venceram na discussão, agora partem para a violência: primeiro em forma de “suborno” (v. 11 – pessoas pagas para colocarem na boca de Estevão aquilo que ele de fato não disse sobre Moisés e Deus); segundo pela sublevação do povo (v. 12-14 – levado ao sinédrio pelo povo, com apoio dos anciãos e escribas, foi acusado por falsas testemunhas de desrespeitar o templo e a lei ensinando a supremacia de Jesus sobre o templo e a lei). Lucas, apegado aos detalhes, diz que todos os opositores de Estevão tiveram uma visão incrível dele: “viram o seu rosto como se fosse de anjo” (v. 15). Estevão estava tão cheio de Deus que sua pele revelava a glória de Deus! John Stott percebe o extraordinário contraste: Estevão, acusado de desrespeitar Moisés e a lei, tem no rosto o mesmo brilho experimentado por Moisés quando recebeu de Deus a lei, brilho percebido por todo o povo de Israel! (Ex 34:29-35). Estevão, assim, no coração, na palavra e até na aparência evidencia ser um homem cheio de Deus! No capítulo 7, aproveitando uma pergunta do sumo sacerdote (v. 1), ele fala novamente do Deus de quem ele está cheio, o “Deus que não está limitado a um lugar, o Deus vivo, Deus em movimento, em marcha, que sempre chamava seu povo para novas aventuras, sempre acompanhando-o e guiando-o em sua caminhada” (Stott), o Deus que se manifestou de forma intensa, dentre outros, na história de vários homens como Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Josué, Davi, Salomão.... Estevão, porém, inspirado pelo Espírito, dedica maior atenção à história de Abraão, José e Moisés....