O cristianismo chegou ao Afeganistão nos primeiros séculos da era cristã. Por volta de 400 d.C., já havia um bispo instalado na cidade de Herat.
No entanto, o século XIV assistiu à erradicação do cristianismo por Tamerlão, último dos grandes conquistadores da Ásia Central e, desde então, a influência cristã tem experimentado períodos de ascensão e declínio.
Quando o presidente norte-americano Dwight Eisenhower visitou o país em 1959, ele pediu permissão ao rei Zahir Shah para construir uma igreja em Cabul para diplomatas e imigrantes cristãos. Em 1970 o país teve a sua primeira igreja cristã evangélica. Contudo, em 1973 o edifício foi completamente destruído e as fundações foram cavadas em busca de uma igreja subterrânea.
Afegãos se converteram com o ministério de missionários no país. Muitos dos convertidos eram deficientes visuais.
Com a tomada do poder pelo Talibã, todos os missionários cristãos e a maioria dos cidadãos ocidentais foram expulsos do país. Durante o governo Talibã, a pressão aos cristãos aumentou. Era permitido aos estrangeiros reunir-se em pequenos grupos nos lares, visando comunhão, mas atos evangelísticos e a participação de afegãos eram proibidos.
Obreiros cristãos foram expulsos do país; rádios e canais de televisão foram proibidos; e a Polícia do Vício e dos Bons Costumes monitora estritamente o comportamento religioso.
A Igreja tem grande necessidade de ensinamento. Algumas pessoas são cristãs há anos, mas não sabem a diferença entre o Velho e o Novo Testamento. Como é perigoso ter uma Bíblia em casa, é rara a oportunidade de se estudar a Palavra de Deus.
Em setembro de 2008 disponibilizou-se a tradução da Bíblia no idioma dari.
A situação daqueles que decidiram deixar o islã e dos considerados apóstatas continua difícil. Mas, apesar das lutas e obstáculos, a Igreja afegã está crescendo, ainda que de forma clandestina.
A perseguição
A princípio, todos os afegãos são considerados muçulmanos. O Artigo 3 da Constituição afegã sustenta que "Nenhuma lei pode ser contrária à crença da sagrada religião do islã".
A apostasia (abandono do islamismo) e a blasfêmia são crimes passíveis de morte. Por isso, convertidos e ateus podem ser condenados à morte.
Os não-muçulmanos residentes no país podem praticar a sua fé, mas não podem evangelizar.
Em maio de 2007, uma emenda à lei que regula a mídia afegã proibiu a promoção de qualquer religião que não fosse o islamismo.
Enquanto manteve o poder, o Talibã instituiu um governo teocrático com base em uma rigorosa interpretação da sharia. Quase todo o território afegão assistiu a uma vigorosa promoção do islã, que resultou em inigualável opressão contra a pequena comunidade cristã.
Alguns países, entre eles o Irã e a Arábia Saudita, têm apoiado o Afeganistão com o envio de líderes e livros religiosos e dinheiro. O país é lar para muitos muçulmanos radicais.
O controle exercido pela família é predominante. A sociedade afegã é dominada pela família estendida (que inclui avós, tios e primos) e há pouco espaço para escolhas individuais. Assim, a maior pressão contra os cristãos locais vem de suas próprias famílias e rede de relacionamentos.
Os convertidos sofrem uma enorme pressão. Em geral, eles têm três dias para se retratar e voltar ao islamismo; caso contrário podem morrer. Por isso, a maior parte dos convertidos guarda sua fé para si e só a compartilha com pessoas que consideram dignas de confiança.
Em novembro de 2008, insurgentes do Talibã assassinaram Gayle Williams, 34 anos. Ela foi morta a caminho do escritório por dois homens em uma motocicleta.
Em entrevista pelo telefone com a agência Reuters, eles citaram o aumento da "propaganda" do cristianismo como a razão do ataque.
Gayle tinha cidadania inglesa e sul-africana. Ela havia sido realocada recentemente para Cabul por motivos de segurança. Gayle era voluntária da agência Servindo o Afeganistão havia dois anos.
Um relatório da ONU declarou que houve mais de 120 ataques contra agentes humanitários somente nos primeiros sete meses de 2008. No total, 92 pessoas foram sequestradas e 30 morreram.
Em julho de 2007, 23 jovens missionários evangélicos sul-coreanos foram capturados na Província de Ghazi, sul do país.
O talibã exigiu que uma tropa sul-coreana (cerca de 200 homens) fosse retirada do Afeganistão, que fosse pago um resgate em dinheiro e que oito de seus militantes fossem libertos em troca dos reféns.
Dois dos reféns sul-coreanos, entre eles o pastor Bae Hyung-Kyu, foram mortos pelos radicais quando os prazos para o cumprimento das exigências expiraram. Em meados de agosto, os talibãslibertaram duas reféns doentes, como "um gesto de boa vontade".
Depois de seis semanas em cativeiro, as autoridades da Coreia do Sul fecharam um acordo com os rebeldes pela libertação de todos os reféns, em troca de que o país acelerasse a retirada de seu pessoal civil e militar do Afeganistão e contivesse o envio de missionários cristãos ao país.
Motivos de oração
1. Ore pelo povo afegão, em especial pelas crianças. Que elas cresçam em um ambiente pacífico, e tenham oportunidades de estudar.
2. Ore por obreiros cristãos afegãos e estrangeiros que se dedicam ao ensino espiritual e secular do povo.
3. Interceda pelos missionários envolvidos em ajuda humanitária e capacitação profissional dos afegãos. Eles correm riscos cada vez maiores de serem sequestrados e assassinados. Peça a proteção e a sabedoria de Deus para eles e suas agências.
4. Agradeça pela tradução da Bíblia em dari. Que muitos afegãos tenham condições de adquirir um exemplar das Escrituras para si.
5. Ore pelas eleições governamentais do país e pelo futuro líder. Que ele seja um instrumento de Deus para trazer paz ao seu povo.
Fontes
- 2008 Report on International Religious Freedom (http://2001-2009.state.gov/g/drl/rls/irf/2008/index.htm)